Acordar com o Marketing
Esta é uma iniciativa promovida pela Associação Portuguesa dos Profissionais de Marketing e visa numa manhã qualquer ter várias dezenas de pessoas a falar de marketing.
O tema deste último evento era: A ‘marca’ Portugal. E contou com a presença do presidente do ICEP, Marques da Cruz.
Depois de 30 minutos de discurso a defender as ideias do ICEP chegou a vez do debate. Confesso que enquanto ouvia Marques da Cruz ia tirando algumas anotações que considerava importantes mas apenas uma dúvida existencial me assaltou o espírito: porque é que insistimos em começar a casa pelo telhado?!
Marques da Cruz insistiu durante duas horas que Portugal devia afirmar-se no exterior, potenciar as suas marcas e que 30% do PIB nacional provém de exportações de máquinas… e 30 por uma linha. Apresentou vários números, alguns que eu desconhecia, mas continuou a insistir na aposta da divulgação de Portugal.
É de facto muito importante divulgar o que é feito em Portugal, o mundo precisa de mudar a imagem do “Zé Povinho”, do “Galo de Barcelos” e da “velha e do burro”. É muito importante que essa ideia mude no exterior. E no interior?! O que está a ser feito para que os portugueses apostem e acreditem nos produtos nacionais?! Como eu, muita gente compra calças Lévi’s, ténis Nike ou Adidas e camisas das mais variadas marcas. Nem que essas marcas sejam compradas na feira. Na mente fica a marca estrangeira em detrimento das marcas portuguesas. O que é que o ICEP tem feito para promover os produtos/marcas portuguesas em PORTUGAL?! Nada, zero, niente, rien de rien!
Olhando para Espanha (pessoalmente não gosto de me comparar com essa gente J), os espanhóis preferem comprar o que é produzido no seu país, muito raramente recorrem a produtos estrangeiros, nem que sejam mais baratos.
Posso dar aqui um caso. Uma fábrica de louça, neste caso de São Mamede (salvo o erro) tentou lançar-se em Espanha. Estava a ter imensas dificuldades em vender os seus produtos. Só depois de um “disigner” espanhol ornamentar a sua louça e assinar o artigo é que a fábrica, com uma marca portuguesa, é começou a vender. Dá que pensar.
Outro dos casos abordados neste “Acordar com o Marketing” foi o logótipo do ICEP. Se um país se quer afirmar internacionalmente pela exportação de máquinas (pomposamente apelidada de tecnologia por parte do ICEP) porque raios temos um boneco de braços abertos com a cor da bandeira nacional e com um sol a fazer de cabeça. Se fizermos uma análise cromática vemos que:
- Amarelo – transmite calor, luz e descontracção. Simbolicamente está associado à prosperidade. É também uma cor energética, activa que transmite optimismo. Está associada ao Verão.
- Verde – significa vigor, juventude, frescor, esperança e calma.
- Vermelho - é a cor da paixão e do sentimento. Simboliza o amor, o desejo, mas também simboliza o orgulho, a violência, a agressividade ou o poder.
Enquanto que o azul - é a cor do céu, do espírito e do pensamento. Simboliza a lealdade, a fidelidade, a personalidade e subtileza. Simboliza também o ideal e o sonho e, o mais importante, é a cor da tecnologia. Lembram-se da TMN, Ar Telecom, Novis…
As cores que o ICEP apresenta actualmente tinham todo o cabimento se o objectivo fosse divulgar o turismo. Mas a acreditar nas palavras do seu presidente, esta não é actualmente a aposta do ICEP. Então porquê divulgar Portugal com uma imagem errada?!